segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

História de Nilópolis

Nilópolis foi parte integrante da capitania hereditária de São Vicente, que pertenceu a Martin Afonso de Souza, em 1531.
Dividiu-a em sesmarias, doando grande parte a Braz Cubas fundador de Santos, em São Paulo, constando 3.000 braças por costa do lombo do Salgado e 9.000 braças para dentro em o Rio Meriti, correndo pela piaçaba de Jacutinga, habitada pelos índios jacutingas, em 1568.

Nesta sesmaria incluía-se Nilópolis, São João de Meriti, Nova Iguaçu e Caxias, até às fraldas do Gericinó, que depois foram transformadas em novas sesmarias e grandes fazendas.

Em 1621 esta área denominada Fazenda de São Mateus, veio a pertencer a João Alvares Pereira, com os limites até a cachoeira dos engenhos de Francisco Dutra e André S. Mateus, entre a data da Cachoeira (rio Pioim) até parte da serra da Maxambomba (atual Nova Iguaçu).

Em 1637 João Alvares Pereira manda construir a Capela de São Mateus, no alto da colina de Nilópolis, de barro batido (adobo) pelos índios aqui existentes, já escravizados.

Sucedeu a João Alvares Pereira, Diogo Pereira, certamente seu parente, até o ano de 1700 quando as terras passam a pertencer a Domingos Machado Homem, cujo filho o Padre Matheus, na qual casa a irmã Maria Gaga Machado com o capitão Manuel Pimenta Sampaio, em 1742.

Em 1747 a Capela de São Mateus é elevada a matriz de São João de Meriti, dando origem à cidade, e recebe a visita do Monsenhor Pizzaro em 1788, atestando o uso como curada, portanto, pronta para todos os atos de fé cristã.

Falecendo Domingos Machado Homem, casado com Joana de Barcelos, sucede-lhe o padre Matheus Homem Machado,que continuou a administra-la com engenho e grande produção de açúcar e aguardente que escoava no Porto da Pavuna.

Quando do falecimento do Padre Matheus Homem Machado, do seu testamento constou que a fazenda tinha 1280 braças de terra, que fazem testada no rio Pavuna, que as dividia das terras de Oliveira Braga (engenho Nazareth), correndo aos fundos com o rio chamado Cachoeira Pequena (Maxambomba), que divide as terras do capitão Manuel Correa Vasques; de uma banda partem as terras com o engenho da Pavuna, do capitão Ignácio Rodrigues da Silva e da outra com terras do capitão Manuel Cabral de Mello e do ajudante Ignácio Barcelos Machado.

E, no ano de 1779, seu proprietário é o alferes Ambrósio de Souza Coutinho, e a fazenda atinge seu esplendor com a produção de 30 caixas de açúcar e 14 pipas de aguardente, tendo uma população de 50 escravos sendo a mais importante da região.

O engenho situava-se na atual Antônio José Bitencourt (anteriormente Rua Coronel Júlio de Abreu) esquina da Rua Lúcio Tavares, e que através de um caminho, dava acesso à capela São Mateus, onde residiam e pernoitavam os sucessivos proprietários da área da então fazenda de São Mateus.

Com a inauguração a 29 de março de 1858 da linha de trem da E.F.D Pedro II (atual E.F.C do Brasil), cortando a fazenda com destino a Queimados, a população nativa foi abandonando as terras, não só devido ao movimento abolicionista como também por novas opções de mão-de-obra devido ao progresso e outras novas atividades.

E as terras da Fazenda São Mateus a partir de 1866, tinham como proprietários os capitalistas do Rio de Janeiro o Conde e o Barão de Bonfim, e por fim, Jerônimo José de Mesquita, que as negociou com o criador de cavalos e mulas, João Alves Mirandela, que tinha como sócio Lázaro de Almeida, conforme escritura lavrada no dia 22 de setembro de 1900, no valor de vinte e cinco contos de réis.

Da escritura consta que além das terras negociadas havia dois barracões e imóvel, que era a capela de São Mateus, e sede da fazenda que limitava-se pelo lado de Maxambomba (atual Nova Iguaçu) com a fazenda da Cachoeira, de propriedade do Barão de Mesquita e com as terras dos herdeiros de Antônio Rocha; pelo lado da Pavuna, com as terras dos herdeiros do capitão Augusto da Costa Barreto e Sebastião Alves de Almeida; pelo lado direito, com o Distrito Federal, com as terras da fazenda de Nazareth (Anchieta) e terras da fazenda do Cabral (do capitão Manuel Cabral).

João Alves Mirandela e seu irmão Manuel Alves Mirandela, grandes criadores de animais para o Exército, cercaram uma área, junto à cerca da fazenda do Gericinó, até que seu enteado Vitor Ribeiro de Faria Braga, convenceu-o a desmatar a fazenda para um possível loteamento.

Procedido ao desmatamento o mesmo enteado propôs a João Alves Mirandela que se fizesse uma planta da área, que foi aceito por um documento público, chamando o então engenheiro da Central do Brasil, Teodomiro Gonçalves Ferreira, para executar a planta da cidade que iria surgir das matas da fazenda.

E, já no final de 1913 os jornais anunciavam lotes medindo 12,50m. por 50,00m., em suaves prestações.

Um destes anúncios chamou a atenção do Coronel Júlio de Abreu que veio pessoalmente conhecer a cidade que estava surgindo, e logo enamorou-se, comprando vários lotes e trazendo após, vários importantes amigos, objetivando erguer uma cidade promissora.

Ele mesmo construiu a primeira casa de pedra e cal, dando o nome de Vila Ema, em homenagem à sua esposa, inaugurando-a festivamente, com as presenças de comerciantes, banqueiros, políticos, homens públicos, ligados ao Rio de Janeiro, no dia 06 de setembro de 1914, marco de fundação da cidade de Nilópolis.

No mesmo local fundou o bloco do Progesso de São Matheus depois de Nilópolis, sob sua inspiração e presidência, tendo como presidente de honra Nilo Peçanha, que aqui esteve duas vezes, com o pensamento voltado para obter os melhoramentos de que uma cidade carece.

Foi através dele que a cidade teve imediatamente ligação d'água; ligação de luz e iluminação pública; agência do correio; escolas particulares e públicas; comunicação; horário de trens; pontes ligando ao Rio de Janeiro e Nova Iguaçu; serviço de profilaxia rural; bandas de música e uma grande revista "Nilópolis". Nilópolis, já se chamou parada de São Mateus; parada e estação de Engenheiro Neiva, em homenagem a Lucas Soares Neiva, construtor da parada e plataforma dos trens; e Nilópolis, em homenagem a Nilo Peçanha, a partir de 01 de Janeiro de 1921, grande benfeitor de Nilópolis, numa festividade inesquecível.

Nilópolis esteve por muito tempo vinculado e fazia parte integrante da vida de São João de Meriti, então quarto distrito de Nova Iguaçu, até que por solicitação do Deputado Manoel Reis, pela Lei nº 1332, foi elevado a sétimo distrito de Nova Iguaçu a partir de 1916, com apenas dois anos de existência como cidade.

E seu desenvolvimento foi num crescendo extraordinário, graças ao empenho de sua população laboriosa até que estando em discussão a nova carta constitucional do Estado do Rio de Janeiro, o Deputado Lucas de Andrade Figueira propôs uma emenda, promulgada a 20 de junho de 1947, emancipando Nilópolis juntamente com São joão de Meriti, e que se comemora a 21 de agosto de cada ano.

Porém, cometeu-se nesta emancipação uma flagrante injustiça, pois sendo a área de 22 Km2, que era a mesma da Fazenda de São Mateus, ficou reduzida a apenas 09 Km2, perdendo 5,60 Km2 para o Gericinó; 5,60Km2 para São João de Meriti e 1,80 Km2 para Nova Iguaçu.
Primeira casa da Cidade,construída por Coronel Júlio de Abreu, em homenagem à sua esposa, no dia 06 de setembro de 1914, marco de fundação da cidade de Nilópolis.

                                                                      Hino de Nilopolis

Povo Nilopolitano
Povo forte, varonil,
És um marco de esperança
Nesse imenso chão-Brasil
És um povo hospitaleiro
Tua história assim o diz
Tens progresso, és hordeiro,
És um povo feliz.

Povo Nilopolitano
Tu és vencedor
És um povo valoroso, forte,
Cheio de vigor.
Tão pequeno, tão gigante,
Tua história assim o diz.
Vai à luta, segue avante,
Serve ao teu país.

Desde os tempos mais antigos
Já lutamos por vencer
As correntes, os limites
Que impediam o teu crescer,
Mas um dia ouviu-se o brado:
Liberdade aqui chegou!
O ideal por ti sonhado se realizou.

Povo Nilopolitano
Tu és vencedor
És um povo valoroso, forte,
Cheio de vigor.
Tão pequeno, tão gigante,
Tua história assim o diz.
Vai à luta, segue avante,
Serve ao teu país.


És celeiro de artistas,
Lutas pela educação.
Tens os olhos no futuro,
Pois integras a nação.
Tu caminhas, altaneira,
Vislumbrando o porvir
Da família brasileira
Que começa em ti.

Povo Nilopolitano
Tu és vencedor
És um povo valoroso, forte,
Cheio de vigor.
Tão pequeno, tão gigante,
Tua história assim o diz.
Vai à luta, segue avante,
Serve ao teu país.


                                                  Bandeira 






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